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A origem do Natal e a certeza de que N.S.J.C. nasceu em 25 de dezembro

Com a proliferação de seitas que se proclamam “cristãs” e se apresentam como únicas intérpretes autorizadas das Sagradas Escrituras, as tradições mais santas do verdadeiro cristianismo vão sendo contestadas, e a desinformação levanta dúvidas mesmo entre fiéis católicos. Você já ouviu dizer, por exemplo, que “o Natal é uma festa pagã”? Ultimamente, sempre que chega o final de ano, somos afrontados com afirmativas deste tipo, de pessoas que atacam a celebração e a festa do Natal, classificando-a como “pagã”, “idólatra”, “mundana”, etc. A única coisa de que precisamos, para esclarecer definitivamente a questão, é o desejo sincero de conhecer a verdade: conhecer os fatos antes de formar opinião já é o suficiente.


Origem da celebração do Natal


Adentrando afinal o tema do Natal, o equívoco inicial é afirmar que os primeiros cristãos não comemoravam o Natal e que essa tradição teria começado com o imperador Constantino (sempre ele...). Errado. É fato histórico, como veremos, que os cristãos já comemoravam formalmente o nascimento do Senhor pelo menos desde o segundo século, e é quase certeza que o faziam informalmente antes disso. Afinal, Deus mesmo determinou que nos alegrássemos pelo nascimento do seu Filho neste mundo –, Deus feito homem para a nossa salvação –, e duas passagens das Sagradas Escrituras muito significativas o revelam. A primeira está no segundo capítulo de Lucas. Os anjos, logo após o nascimento do Menino Deus, clamam aos pastores:


Não temais, eis que vos anunciamos uma Boa Nova, que será de alegria para todo o povo: hoje vos nasceu, na Cidade de Davi, o Salvador, que é o Cristo e Senhor! (Lc 2,10-12)

Será pecado celebrar o verdadeiro Natal? Antibíblico? Idolatria? Evidente que a resposta para todas essas questões é não, não e não. O nascimento do Salvador é motivo de festa e alegria para toda a humanidade; alegria e festa que integraram o verdadeiro cristianismo desde o início. Cristãos de todos os tempos puderam, podem e devem celebrar essa maravilhosa notícia! Já no Antigo Testamento, afirmava também o Profeta Isaías que deveríamos festejar o Nascimento do Senhor, numa das mais belas passagens das Escrituras:


O povo que andava nas trevas viu uma grande Luz. Sobre os que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu a Luz. Suscitais um grande júbilo, provocais uma imensa alegria! Rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, exultam como na partilha... Porque um Menino nos nasceu, um Filho nos foi dado; (...) Ele se chama Conselheiro Admirável, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz! (Is 9,1-5)

Vemos assim, mais uma vez, que o povo cristão, povo de Deus (povo sobre o qual brilhou a Luz de Deus), é admoestado a se alegrar e celebrar a Natividade do Cristo. Tanto o Advento quanto o Evento em si –, Advento e Evento do “Filho que nos foi dado” –, sem dúvida requerem uma santa celebração. E, sim, há registros históricos desta celebração desde o ano 200 de nossa era (muito antes de Constantino, portanto). Já Clemente de Alexandria (150dC) chegou a declarar (atenção) que os teólogos do Egito “não guardavam nenhum dia do ano a não ser o Natal do Senhor” [cf. o Stromata (I.21)].


Sobre a data 25 de dezembro


Segundo conspiracionistas anticlericais, a Igreja escolheu o 25 de dezembro, dia em que os pagãos do Império Romano celebravam Mitra, o "Sol Invicto", com a nefasta intenção de introduzir elementos pagãos no cristianismo. Lamentavelmente, a má vontade torna difícil entender o mais óbvio: se a Igreja fez os pagãos aceitarem a Cristo, fazendo que deixassem de comemorar um falso deus para celebrar o Nascimento de Jesus Cristo, então a Igreja é que levou o cristianismo aos pagãos –, convertendo-os ao cristianismo –, e não o contrário.


Contudo, é interessantíssimo e muito importante lembar que recentes estudos acadêmicos vêm apontando que a decisão de celebrar o Natal em 25 de dezembro pode ter sido bem mais alinhada aos fatos históricos e menos catequética do que expusemos até aqui e daquilo que é comumente aceito, mesmo pela Igreja. Baseados na revisão dos cálculos do historiador judeu Flávio Josefo (37–100dC) e na comparação com outros cálculos de datações da época, especialistas atestaram que é totalmente possível – e até provável – a hipótese de que o monge Dionísio o Exíguo estivesse certo ao estabelecer, em 532, a data do Nascimento de Cristo no 8º "Dia das Calendas" de janeiro do ano 754 da fundação de Roma. Ocorre que esta data, para surpresa de muitos, corresponde exatamente ao dia 25 de dezembro do ano 1 a.C. Outro estudo do mesmo rol, realizado por Shemarjahu Talmon, docente da Universidade Hebraica de Jerusalém, obteve, através do estudo dos manuscritos de Qumran, calcular a data em que a classe sacerdotal de Abias (a qual pertencia Zacarias, pai de João Batista) oficiava a liturgia no Templo de Jerusalém. Ocorre que a classe de Abias servia duas vezes ao ano, sendo uma delas na última semana de setembro. “Eis, portanto, como aquilo que parecia mítico assume, inesperadamente, uma nova verosimilhança: uma cadeia de acontecimentos que se estende ao longo de 15 meses. Em setembro o anúncio a Zacarias e, no dia seguinte, a concepção de João; seis meses depois, em março, o anúncio a Maria; três meses depois, em junho, o nascimento de João; seis meses depois, o nascimento de Jesus. Com este último acontecimento, chegamos precisamente ao dia 25 de dezembro; dia que não foi, portanto, fixado ao acaso.” Desta forma, estudos científicos isentos comprovam não só que a possibilidade de Cristo ter nascido realmente num dia 25 de dezembro seja plausível como também muito provável, apresentando perfeita compatibilidade com as demais datas de festas litúrgicas da Igreja conectadas com esse acontecimento. Em tempo: a ingênua teoria de que a presença de pastores na Noite Santa seria inviável nessa data devido ao inverno é totalmente contestável, pelo simples fato de existirem invernos mais e menos rigorosos, além do fato de o povo do deserto, perfeitamente adaptado aos rigores do clima, não deixar de trabalhar e/ou cumprir sua rotina de fazeres devido ao frio ou ao calor. Encerrando definitivamente a questão, a adoção do dia 25 de dezembro de maneira nenhuma pode ser vista como a introdução de qualquer crença pagã pelos cristãos. Ao contrário, é precisamente este o melhor sentido da data de celebração do Natal, no mesmo dia de uma antiga festa pagã – e o será, de maneira ainda mais devastadora, se o Filho de Deus tiver mesmo vindo ao mundo neste dia exato. Não é fraqueza da Igreja diante do paganismo: é uma solene declaração de vitória da fé cristã sobre o paganismo! Cristo triunfa: os falsos deuses são esquecidos, substituídos pela Luz da Verdade. É a conversão dos pagãos. É o nascer do verdadeiro Sol invicto sobre as trevas das antigas crenças: se antes celebravam um mito, agora celebram o Filho de Deus! Aleluia!

Encerramos este estudo com a contemplação do Natal a partir da perspectiva bíblica, por meio da qual vemos que o Nascimento de Jesus Cristo relaciona-se a três temas principais: 1. A adoração e o culto ao Filho de Deus (Lc 2,8-12); 2. A oferta de "presentes" a Deus (Mt 2,1-11), que se reflete ao final na entrega de nossas próprias vidas; 3. A proclamação da paz e da salvação aos "homens de boa vontade" (Lc 2,13-14); A celebração do Nascimento de Cristo incorpora, assim, estes elementos essenciais: adoração, doação e louvor. Aqueles que nos tempos antigos celebravam o solstício com o dia de um deus-sol, agora convertidos, passaram a celebrar o Dia de Jesus Cristo, Luz do Mundo, Sol verdadeiro que nasceu para os homens de boa vontade. Por isso, S. João Crisóstomo declara, já no século IV:

Nosso Senhor nasceu no mês de dezembro. Eles (os pagãos) chamavam este dia de ‘dia do sol invencível’. De fato, quem é mais invencível que Nosso Senhor? E, se disserem que este é o dia do nascimento do sol, sim, é Ele, Jesus, o Sol da Justiça!

 


O tempo litúrgico do Natal vai da véspera do próprio Natal de Nosso Senhor até Oitava da Festa da Epifania, em 13 de janeiro, quando se comemora o Batismo de Jesus, o Cristo. "Epifania" é a manifestação de Jesus como o Messias de Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo. A esse respeito, diz o seguinte o Catecismo da Igreja Católica:

A Epifania é a manifestação de Jesus como Messias Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo. Com o Batismo de Jesus no Jordão e com as bodas de Caná, ela celebra a adoração de Jesus pelos 'magos' vindos do Oriente. Nesses 'magos', representantes das religiões pagãs circunvizinhas, o Evangelho vê as primícias d(e todas) as nações que acolhem a Boa Nova da salvação pela Encarnação. A vinda dos 'magos' a Jerusalém para 'adorar ao Rei dos Judeus' mostra que eles procuram, em Israel, à Luz messiânica da estrela de Davi, aqu'Ele que será o Rei das nações. Sua vinda significa que os pagãos podem descobrir Jesus e adorá-lo como Filho de Deus e Salvador do mundo (...).


Antes de tudo, no estudo realmente sério do assunto que dá título a este artigo, precisamos reconhecer que não existe certeza quanto à data historicamente precisa do Nascimento de Jesus Cristo. Os evangelistas não a mencionam; S. Lucas informa que pastores estavam em vigília noturna, guardando o rebanho nos campos, atividades mais comuns na primavera e verão do Hemisfério Norte, mas de modo algum totalmente ausentes no outono/inverno. Bispos dos primeiros séculos fizeram numerosas especulações: alguns aderiram ao 25 e/ou 28 de março; outros, ao 19 de abril ou ao 20 de maio.


No mundo pagão do século III, o culto de Mitra, também chamado “Sol Invencível”, adquiriu grande importância no mundo romano. O Império promovia, todo dia 25 de dezembro, festas e jogos em homenagem ao dies natalis (dia do nascimento) desse deus. No século seguinte, para conter o paganismo e instaurar a celebração do Nascimento de Cristo, Ele sim a Luz dos homens e o verdadeiro Sol que ilumina o mundo, teria a Igreja situado definitivamente a celebração do Nascimento do Filho de Deus no lugar da festa pagã. Ou seja, tratar-se-ia de uma decisão mais evangelizadora e pastoral do que de uma fixação científica da data do Evento histórico.


O próprio ano do Nascimento de Jesus é também motivo de debates. Mateus diz que Jesus nasceu no reinado de Herodes, o Grande, que morreu no ano 4 a.C. E Cristo, evidentemente, não poderia ter nascido "antes de Cristo". Ocorre que, no século VI de nossa era, o monge Dionísio Exíguo foi incumbido de empreender cálculos para determinar o início da Era Cristã, e a fixou em 754 após a fundação de Roma. Ele reconhecidamente se equivocou. Além disso, não lhe ocorreu a necessidade de fixar um ano zero entre -1 a.C e + 1 d.C.

Até aqui, preparamos um singelo "pano de fundo" para a introdução do tema, sem apresentar novidade alguma. A novidade – que já não é tão nova assim, pois se baseia numa descoberta que já completou mais que uma década –, é a contestação daquilo que há tempos vinha sendo pacificamente aceito como realidade pela maioria dos historiadores e pesquisadores: a afirmação de que a data de celebração do Natal havia sido essa escolha religiosa, descrita acima, baseada em motivações desvinculadas da preocupação com a precisão histórica e sem ligação com a data real do Nascimento de Jesus, a qual, por fim, ninguém teria condições de poder determinar. Se começamos dizendo que o estudo sério precisa reconhecer que não há certeza quanto à data historicamente correta, igualmente é preciso saber e reconhecer que existe a possibilidade de a maioria ter feito escolhas equivocadas, ao menos até recentemente. O fato histórico concreto é que hoje – em boa parte graças aos documentos de Qumran –, estamos em condições de repensar a questão com precisão inédita: Jesus pode, sim, ter nascido realmente no dia 25 de dezembro. Uma descoberta extraordinária, que não recebeu ainda a devida atenção. Mesmo assim, estamos falando de uma proposição historicamente honesta, dado que a devemos primeiramente a um docente judeu da Universidade Hebraica de Jerusalém.


Antes de entrarmos nas explicações que levaram a essa fascinante descoberta, cabe salientar que, ainda que até o século III não tenhamos documentação concreta quanto a data do Nascimento de Cristo, e ainda que os primeiros testemunhos dos Padres e autores eclesiásticos assinalem datas diversas, o primeiro testemunho de que o Natal do Senhor tenha ocorrido aos 25 de dezembro parte de Sexto Júlio Africano, e provém já do ano 221. Além disso, referência direta à mesma data é a do calendário litúrgico filocaliano, do ano 354, que atesta: VII kal. Ian. natus Christus in Betleem Iudeae ('a 25 de dazembro nasceu Cristo em Belém da Judeia'). E então, a partir do século IV, os testemunhos dessa data como a do Nascimento do Senhor são comuns na tradição ocidental, enquanto que na tradição oriental prevalece o 6 de janeiro (uma diferença mínima, de poucos dias). Outra explicação plausível faz depender a data do Nascimento de Jesus e a data de sua Encarnação (Concepção), que por sua vez se relacionava com a data de sua Morte. Num tratado anônimo sobre solstícios e equinócios afirma-se que "Nosso Senhor foi concebido às 8 das kalendas de abril do mês de março (25 de março), que é o dia da Paixão do Senhor e o da sua Concepção, pois foi concebido no mesmo dia em que morreu". Teria, então, nascido aos 25 de dezembro. Na tradição oriental, apoiando-se em outros calendários, a Paixão e a Encarnação do Senhor celebram-se aos 6 de abril, data que coincide com a celebração do Nascimento aos 6 de janeiro. A relação entre Paixão e Encarnação é uma ideia que está em consonância com a mentalidade antiga e medieval, que admirava a perfeição do Universo como um todo, onde as grandes intervenções de Deus estariam vinculadas entre si. Trata-se de uma concepção que também encontra suas raízes no judaísmo, onde criação e salvação se relacionavam com o mês de nisan. A arte cristã refletiu abundantemente essa mesma ideia ao longo da História, por exemplo, ao retratar, na Anunciação à Virgem, assim como em diversos outros ícones que retratam a divina Infância, o Menino Jesus descendo do Céu com a cruz. Assim, mais do que possível, é provável que os cristãos vinculassem a Redenção operada por Cristo com a sua Concepção, e esta determinasse a data do Nascimento. Vemos, então, que a explicação da cristianização da data de 25 de dezembro, visando a conversão dos pagãos, não é uma certeza acadêmica-histórica, mas apenas a versão mais difundida e aceita. Retomando a partir daqui a proposição da data do Nascimento do Senhor como sendo historicamente o 25 de dezembro, apresentamos a sua explanação, talvez algo complexa, mas fascinante. Se Jesus nasceu aos 25 de dezembro, então, como é óbvio, sua Concepção ocorreu 9 meses antes. Com efeito, os calendários cristãos datam a Anunciação de S. Gabriel Arcanjo a Maria Santíssima em 25 de março. Sabemos, pelo Evangelho segundo S. Lucas, que, precisamente seis meses antes, João o Precursor, que será chamado o Batista, tinha sido concebido por Isabel. A Igreja Católica não tem uma Festa litúrgica para essa concepção, mas a Igreja do Oriente celebra-a solenemente entre os dias 23 e 25 de setembro; seis meses antes da Anunciação a Maria. Estaríamos diante de uma sucessão de datas lógica e plausível, mas baseada em tradições não verificáveis, e não em acontecimentos localizáveis no tempo? Era nisso que se acreditava quase que unanimemente, até há pouco tempo. A realidade, porém, pode ser outra.


Para entender o que se propõe, devemos partir da concepção do Batista: o Evangelho segundo S. Lucas se abre com a história do velho casal – Zacarias e Isabel – já resignado à esterilidade, que era considerada uma das piores desgraças em Israel naquele tempo. Zacarias pertencia à casta sacerdotal e, um dia, quando estava de serviço no Templo de Jerusalém, teve a visão de S. Gabriel (o mesmo anjo que aparecerá seis meses mais tarde a Maria, em Nazaré), o qual lhe anunciou que, não obstante a idade avançada, ele e a mulher teriam um filho. Deveriam lhe dar o nome João, e ele seria grande "diante do Senhor".


Atenção: Lucas teve o cuidado de precisar que Zacarias pertencia à classe sacerdotal de Abias e, que à ocasião da aparição "desempenhava as funções sacerdotais no turno da sua classe" (Lc 1,8). Com efeito, no antigo Israel, os que pertenciam à casta sacerdotal estavam divididos em 24 classes, as quais, alternando-se segundo uma ordem fixa e imutável, deviam prestar o serviço litúrgico no Templo, por uma semana, duas vezes por ano. Já se sabia que a classe de Zacarias (a de Abias) era a oitava no elenco oficial; mas não se sabia quando é que ocorriam esses seus turnos de serviço. Ocorre que este enigma foi desvendado pelo professor Shemarjahu Talmon, docente na Universidade Hebraica de Jerusalém, utilizando investigações desenvolvidas também por outros especialistas e trabalhando, sobretudo, com textos encontrados na biblioteca essênia de Qumran. O estudioso, assim, conseguiu precisar em que ordem cronológica se sucediam as 24 classes sacerdotais. A de Abias prestava serviço litúrgico no Templo duas vezes por ano, tal como as outras, e uma destas era na última semana de setembro. Portanto, era verosímil a tradição dos cristãos orientais que põe entre os dias 23 e 25 de setembro a data do anúncio a Zacarias. Verosimilhança esta que aproximou-se da certeza quando estudiosos, estimulados pela descoberta do Prof. Talmon, reconstruíram a “fileira” daquela tradição, chegando à conclusão de que esta provinha diretamente da Igreja primitiva, judaico-cristã, de Jerusalém. Essa memória das Igrejas do Oriente é tão firme quanto antiga, tal como se confirma em muitos outros casos.


Vemos, assim, como aquilo que parecia mítico tem fundamento histórico; uma cadeia de acontecimentos que se estende ao longo de 15 meses: em setembro, o anúncio a Zacarias, e no dia seguinte a concepção de João; seis meses depois, em março, o Anúncio a Maria; três meses depois, em junho, o nascimento de João; seis meses depois, o Nascimento de Jesus. Com este último acontecimento, chegamos precisamente ao dia 25 de dezembro; uma data que neste caso não foi, de modo algum, fixado ao acaso ou com objetivos secundários.


Depois de tantos séculos de investigação, eis que os Evangelhos – que nunca cessam de nos surpreender e nos fornecer informações novas – revelam, em detalhes aparentemente inúteis (o que é que importava se Zacarias pertencia à classe sacerdotal de Abias ou não? Nenhum exegeta prestava atenção a isso) a sua razão de ser, a sua realidade enquanto sinais de verdades precisas, às vezes explícitas, às vezes ocultas. É, portanto, no mínimo uma possibilidade concreta e real que o Natal de Nosso Senhor tenha realmente ocorrido, como fato histórico e cientificamente demonstrável, no dia 25 de dezembro.

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