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Aleksandr Dugin: O Esoterismo Nacional-Socialista Russo Ortodoxo contra o Catolicismo Romano

Ultimamente, muito se tem falado sobre Aleksandr Dugin, um personagem cuja ideologia mistura ingredientes do fascismo, comunismo e nacionalismo russo.



Como consequência do coquetel ideológico que defende, Dugin atrai igualmente personagens de todas as extremidades do mapa político. Seu antiliberalismo radical atrai certos expoentes da direita e da esquerda que se sentem mais próximos da Rússia de Putin do que do Ocidente. Que Dugin tenha admiradores na extrema-esquerda não surpreende, visto que ele fundou o Partido Nacional-Bolcheviquecujo emblema era a foice e o martelo do comunismo no topo de uma bandeira muito semelhante com a do Partido Nazista. O que é difícil de entender é que existem católicos e conservadores de países ocidentais que o veneram e, sobretudo, lendo as coisas que Dugin disse, algumas das quais são puras apologias do terrorismo.


Dugin quer “destruir o catolicismo” fortalecendo a maçonaria na Polônia.


Vejamos um exemplo. Em 2 de agosto de 2021, o site geopolitika.ru (listado no perfil de Dugin no Facebook como um de seus sites) publicou uma entrevista com o ideólogo russo realizada em Moscou, em março de 1998, pelo jornalista polonês Grzegorz Górny e traduzida para o espanhol por Juan Gabriel Caro Rivera, colaborador habitual do site de extrema-esquerda Rebelion.org


As declarações de Dugin na entrevista são muito surpreendentes. Vejamos alguns delas:

“Deve-se destruir o catolicismo a partir de dentro, e para isso deve-se fortalecer a maçonaria polonesa, apoiar certos movimentos laicos decadentes, promover um cristianismo heterodoxo e antipapista. O catolicismo jamais poderá ser absorvido por nossa tradição, a menos que assuma um caráter nacionalista e antipapista. Se a Polônia tivesse uma loja como a Golden Dawn irlandesa, com líderes como William Butler Yeats ou Maud Gonne, que eram católicos, mas também ocultistas fanáticos inspirados na cultura celta, então poderia haver alguma esperança no catolicismo polonês.… Essas pessoas seriam capazes de derrubar o catolicismo por dentro e redirecioná-lo para algo mais heterodoxo e até mesmo esotérico. Meus amigos na Polônia me dizem que todos os seus grupos têm ligações com o Telema ou as ideias de Aleistair Crowley.”


[…] A propósito, para aqueles que não sabem quem ele era, aquele Aleister Crowley que Dugin menciona  é considerado o “pai do satanismo moderno“, uma pessoa obcecada pelo ocultismo e magia negra.


Uma das referências de Dugin: o fundador da Cheka leninista.


Em outro ponto da entrevista, Dugin afirma: “Gosto de todas as correntes anticatólicas polonesas: desde a maçonaria e ocultistas poloneses até Jan Potocki, Hoene-Wroński, Mienżyński e Dzierżyński”. Como destacam as notas no final da entrevista, os dois últimos nomes a que Dugin se refere são líderes comunistas. Feliks Dzierżyński foi o fundador da Cheka leninista, a polícia política de esquerda que se dedicava a torturar e matar multidões de pessoas na Rússia por razões políticas. Por sua vez, Wiesław Mienżyński foi presidente da OGPU, polícia secreta de Stalin, sucessor do Cheka e predecessor do NKVD, responsável, entre muitos outros crimes, pelo Massacre de 22.000 oficiais poloneses em Katyn, em 1940.


Os elogios de Dugin ao bolchevismo, Lenin e Stalin.

Na mesma entrevista, Dugin diz: “Espero que a Polônia una as forças do Eurasianismo através de uma síntese entre a extrema direita e a extrema esquerda”. […] Dugin ainda acrescenta: “Honestamente, é uma pena que o comunismo polonês nunca tenha tido um lado esotérico como o comunismo russo”.


Em outro ponto da entrevista, Dugin afirma: “Se eu, incondicionalmente, digo ‘sim’ ao bolchevismo, Lenin e Stalin, não é porque considero o sistema deles ideal, mas porque na época foi a única solução que encontramos. Claro que, no final, nenhum desses sistemas funcionou, mas em nossa próxima tentativa teremos que purificar tanto a ortodoxia quanto o comunismo e assim rejeitar todos os elementos que esses dois sistemas tinham em seu interior e que levaram à alienação da nação. É por isso que nossa próxima expansão andará de mãos dadas com um comunismo ortodoxo-eurasiano, messiânico, pan-eslavo e pró-tártaro”. […]

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