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Algumas citações do Pe. Bernard Lucien


Gostamos sempre de recordar, antes de tudo, que: [1] Aderimos à Tese de Cassiciacum, a única resposta Católica à atual crise que aflige a Igreja, escrita por Sua Excelência Reverendíssima, o Padre Guerard Des Lauriers O.P.; [2] O totalismo não é herético, todavia leva a erros hediondos, o que já foi demonstrado diversas vezes em outros artigos aqui em nosso site. Será então apenas mais uma vez, das milésimas vezes que expusemos o fiasco teológico do totalismo, com a publicação dessas citações do memorável Abbé Bernard Lucien.



A Tese de Cassiciacum é completamente diferente daquelas teses que proclamam que a Autoridade continua a existir naqueles que ocupam a Sé Apostólica, e daqueles que afirmam que Paulo VI e João Paulo II são puros e simplesmente depostos, que são antipapas e que a Sé está material e portanto absolutamente. vacante.



“A segunda razão é que a Tese de Cassiciacum, que diz que o ocupante da Sé não é deposto, não diz ABSOLUTAMENTE que ele deve ser deposto. Só diz isso hipoteticamente: ele deve ser obrigado (pelos bispos católicos e pelos cardeais, ou por qualquer autoridade competente na Igreja) a condenar os erros; é somente depois que tal demanda oficial é feita por parte daqueles que têm Autoridade na Igreja que o depoimento pode ocorrer: isto é, quando o ocupante do Trono Apostólico se recusa a confessar a Fé (só então os Bispos e/ou cardeais poderiam declarar oficialmente que ele foi deposto, a pessoa responsável por depor-lo sendo Cristo.) Mas, se o ocupante do Trono cumprir a exigência: então seu ato de condenar os erros o estabeleceria ipso facto como sendo formalmente o Papa. Afirmar que na crise atual, Deus aboliria diretamente (ou seja, sem a mediação de uma Autoridade visível) a existência de determinações jurídicas legitimamente estabelecidas, é afirmar que Deus deixou de sustentar Sua Igreja como sociedade humana, pelo menos por um período de tempo. E isso introduziria uma ruptura total na Igreja como sociedade humana. A Apostolicitidade da Igreja, na medida em que é uma sociedade humana, seria destruída. Deus, sem dúvida, poderia, “após a crise”, mais uma vez estabelecer Sua Igreja como uma sociedade humana. Mas deste ponto de vista (ou seja, o da sociedade humana), esta não seria mais a Igreja instituída pelos Apóstolos. [ou seja, haveria uma ruptura na continuidade desta sociedade com a estabelecida pelos Apóstolos.] Tais consequências são diametralmente opostas à Fé. A apostolicidade pertence à Igreja por sua própria instituição e, portanto, também à Igreja como sociedade humana. A Fé nos proíbe de admitir que Deus, mesmo por um período de tempo, não sustentaria a Igreja de acordo com esse aspecto de sua natureza essencial. Sob tais circunstâncias, a afirmação “o ocupante da Sé Apostólica permanece materialmente um papa” se impõe a nós, não apenas como um fato (o contrário não tendo sido provado), mas por lei e de maneira absoluta, desde que a situação não seja alterada pela intervenção de uma Autoridade competente (uma intervenção que teria o valor “da lei” para toda a Igreja). “Como nenhum dos eventos [o papa material convertendo ou sendo deposto] ocorreu, o ocupante da Sé permanece materialmente papa: mostramos que, considerando a teologia da Apostolocidade como aplicada à Igreja concernindo o aspecto de uma sociedade humana, essa conclusão se impõe a nós. Consideramos, então, que essa conclusão pode ser considerada teologicamente certa. “Se alguém considera a Igreja como o corpo místico de Cristo, Jesus permanece hoje com ela em manter viva a Testemunha da Fé e a santificação por meio dos autênticos Sacramentos, bem como a Oblatio Munda do verdadeiro Sacrifício. O que prova a existência destes são os "católicos tradicionais". Mas como Jesus ainda é concretamente considerado com Sua Igreja como uma sociedade humana? A esta pergunta, que deve ser respondida, respondemos: mantendo em vigor a estrutura hierárquica visível, mesmo permitindo que o grande julgamento que o eclipse da Autoridade e a ausência de suas funções sobrenaturais envolve, continue. Essa permanência da estrutura hierárquica constitui o fundamento enquanto aguarda pacientemente a renovação divina da Autoridade; e garante a continuidade material da sucessão hierárquica, uma continuidade absolutamente necessária para que a Igreja mantenha sua Natureza Apostólica. A indefectibilidade da Igreja não é agredida quando um papa material afirma ensinar oficialmente um ponto de falsa doutrina que já foi infalivelmente condenado pela Igreja. Muito pelo contrário. Este é um sinal infalível de que o papa material não possui autoridade pontifícia divinamente assistida. Recusar-se a concluir a partir disso que a Autoridade está ausente é recusar a Luz que nos é providencialmente fornecida. Na situação atual, Deus nos deu, com o Vaticano II, o sinal necessário e suficiente para evitarmos entrarmos em erro e tirar a máscara desses falsos papas. Cada membro dos fiéis deve acolher esta Luz e tirar dela as conclusões práticas óbvias.”

Pe. Bernard Lucien, O Problema da Autoridade na Igreja pós-Conciliar.

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